Em que nos constituídos a partir do Outro, nossa posição enquanto sujeitos nunca é absolutamente apenas nossa, mas sempre irá carregar restos do Outro, assim como sempre irá carregar o esforço de manter o amor deste Outro.
Contudo, frequentemente, sustentar ser si mesmo envolve tomar decisões que decepcionam aqueles que amamos, colocando em risco o lugar que ocupamos no desejo desse Outro.
Por isso, sustentar alguma autenticidade é um processo desafiador, onde o nosso desejo individual muitas vezes colide com as expectativas e desejos dos outros, exigindo que enfrentemos a incompreensão, a desaprovação e a decepção daqueles cujas expectativas não se alinham com as escolhas feitas em direção ao nosso próprio desejo.
Assim, sustentar o próprio desejo não é um processo simples, pois perpassa pela constante confrontação com a angústia, seja a angústia de ceder em relação ao próprio desejo, seja pela angústia de decepcionar e arriscar o amor do Outro.
Nenhuma escolha é sem angústia, trata-se de uma companheira inevitável. De tal forma, cabe ao sujeito escolher qual angústia irá sustentar.